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Festival BAngers Open Air – São Paulo 04/05/2025

  • Foto do escritor: Ricardo  Bernardo
    Ricardo Bernardo
  • há 5 horas
  • 6 min de leitura

Festival BAngers Open Air – São Paulo 04/05/2025

Texto por Ricardo Bernardo

Fotos por marcos hermes / André Santos/ Belmilson dos Santos para Roadie Crew

Diego Camara para WHIPLASH


O Bangers Open Air, em sua aguardada edição de 2025, mostrou que o Brasil está definitivamente no mapa dos grandes festivais de metal do mundo. Realizado na primeira sexta, sabado e domingo de maio, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

O festival reuniu grandes nomes do metal internacional e nacional, equilibrando lendas consagradas, nomes de peso do underground e artistas brasileiros que vêm ganhando cada vez mais espaço no cenário. Com um line-up diversificado, que foi de power metal sinfônico a death metal técnico, passando pelo thrash oitentista e pelo hardcore com consciência social, o Bangers Open Air apostou na pluralidade dentro do heavy metal — e acertou em cheio.


O local escolhido, o tradicional Memorial da América Latina, serviu perfeitamente como palco para esse encontro entre culturas e gerações. Com boa infraestrutura, acesso relativamente fácil e um espaço aberto que favoreceu a circulação do público, o evento se desenrolou sem grandes transtornos. Mesmo com o forte calor que assolava São Paulo naquele domingo, os fãs enfrentaram as altas temperaturas com cerveja na mão, camisetas pretas coladas no corpo e, claro, muitos gritos e rodas de mosh.


Uma das surpresas mais bem-vindas foi a inclusão do Blind Guardian de última hora, após o cancelamento de outra atração. A banda alemã entregou uma performance memorável, digna de headliner, fazendo valer o ingresso só por si. Mas o festival estava longe de ser um evento de um nome só. Pelo palco passaram gigantes como Avantasia, W.A.S.P. e Kerry King em sua estreia solo, além de representantes do death metal como Nile, ícones do doom como Paradise Lost e veteranos do thrash como Destruction e a lendária Dorsal Atlântica.


O destaque nacional ficou por conta da apresentação incendiária do Black Pantera, que transformou o calor da tarde em combustível para um show vibrante e politizado, levantando discussões importantes e eletrizando o público com sua mistura única de hardcore e groove metal. O público, aliás, foi um espetáculo à parte: diverso, barulhento e fiel, com direito a famílias, idosos e jovens curtindo lado a lado.


O Bangers Open Air 2025 teve o que mais importa no metal: autenticidade, peso e paixão. Foi um dia para lembrar, cheio de riffs poderosos, vocalistas carismáticos, fãs apaixonados e aquele espírito inconfundível de comunidade que só um bom festival de metal consegue proporcionar. Uma celebração verdadeira do que é ser headbanger no Brasil. E quem esteve lá sabe — valeu cada segundo.


Estive no ultimo dia do festival e vou passar abaixo a resenha dos show que consegui assistir. É realmente uma maratona de tantas bandas boas.


Bangers Open Air 2025 – Resenha Completa das Bandas



Blind Guardian


Substituindo outra atração de última hora, o Blind Guardian entrou com moral e saiu consagrado. A banda alemã entregou uma apresentação eletrizante, repleta de hinos do power metal. O vocalista Hansi Kürsch demonstrou carisma e potência vocal ao longo de um setlist certeiro que incluiu faixas como “Imaginations from the Other Side”, “Blood of the Elves” e “Valhalla”.


O público respondeu em uníssono, criando momentos emocionantes, especialmente durante “Mirror Mirror”, que encerrou a apresentação com chave de ouro. Blind Guardian provou que é uma banda feita para palcos grandes e multidões devotas.


Destaques do set:

  • Imaginations from the Other Side

  • Blood of the Elves

  • Nightfall

  • The Bard’s Song – In the Forest

  • Valhalla

  • Mirror Mirror



Avantasia

Tobias Sammet e seu coletivo de estrelas do metal sinfônico entregaram um dos shows mais teatrais e envolventes do festival. O Avantasia, que mistura elementos de musical com heavy metal épico, levou o público por uma jornada sonora com faixas como “Reach Out for the Light”, “Dying for an Angel” e “The Scarecrow”. Os vocais foram divididos entre Sammet e seus convidados especiais, com destaque para as performances cheias de emoção e técnica.



O show, com produção impecável, som cristalino e iluminação precisa, foi um espetáculo que agradou tanto os fãs antigos quanto os novos.


Destaques do set:

  • Reach Out for the Light

  • The Wicked Rule the Night

  • The Scarecrow

  • Dying for an Angel

  • Avantasia

  • Sign of the Cross / The Seven Angels (medley)




W.A.S.P.


Celebrando os 40 anos de seu debut, Blackie Lawless e companhia revisitaram o álbum homônimo de 1984 na íntegra. Foi uma verdadeira aula de heavy metal oitentista, com todos os elementos teatrais e rebeldes que fizeram da W.A.S.P. um dos nomes mais icônicos do gênero.


Faixas como “L.O.V.E. Machine”, “I Wanna Be Somebody” e “Sleeping (In the Fire)” soaram tão poderosas quanto nos velhos tempos. Blackie, mesmo com limitações físicas, manteve a presença de palco e o carisma intactos. Um show nostálgico, mas longe de datado.


Tocando o álbum de estreia completo:

  • I Wanna Be Somebody

  • L.O.V.E. Machine

  • Sleeping (In the Fire)

  • Hellion

  • Animal (F*** Like a Beast)E outras faixas do debut.




Kerry King


O ex-guitarrista do Slayer fez sua aguardada estreia solo com um set devastador. Com um repertório que misturou composições inéditas de seu projeto solo e clássicos do Slayer, Kerry King e sua banda (com Paul Bostaph na bateria) conquistaram a plateia com agressividade e precisão.



Músicas como “Idle Hands”, “Residue” e “Toxic” se mostraram fortes e consistentes ao lado de “Disciple” e “Raining Blood”, que incendiaram os fãs mais antigos. O peso do show foi um dos mais intensos do dia, mostrando que King ainda tem muita lenha pra queimar.


Repertório mesclando músicas novas e clássicos do Slayer:

  • Residue

  • Toxic

  • Idle Hands

  • Raining Blood (Slayer)

  • Disciple (Slayer)

  • Hate Worldwide (Slayer)



Destruction


Thrash metal raiz com sotaque alemão: essa é a fórmula do Destruction, que continua funcionando perfeitamente. A banda liderada por Schmier entregou um set rápido, agressivo e direto ao ponto, com clássicos como “Mad Butcher”, “Bestial Invasion” e “Thrash ‘Til Death”. Mesmo com o passar dos anos, a banda mantém uma energia absurda no palco, e o público respondeu com moshs frenéticos e gritos empolgados. Um show visceral e sem firulas, como o thrash deve ser.


Clássicos do thrash metal alemão:

  • Mad Butcher

  • Nailed to the Cross

  • Thrash ‘Til Death

  • Bestial Invasion

  • Curse the Gods



Nile


Misturando death metal técnico e temática egípcia, o Nile fez um dos shows mais brutais e técnicos do festival. A sonoridade complexa, marcada por riffs intrincados e vocais guturais, não impediu que o público se conectasse à intensidade da apresentação. Destaques para “Sacrifice Unto Sebek” e “Black Seeds of Vengeance”, que provocaram rodas e cabeças balançando em massa. Apesar da proposta mais densa, o show foi coeso e impactante, agradando tanto músicos quanto os fãs mais extremos do gênero.


Set brutal e técnico com:

  • Sacrifice Unto Sebek

  • Kafir!

  • The Howling of the Jinn

  • Black Seeds of Vengeance


Paradise Lost

Com uma sonoridade mais introspectiva, o Paradise Lost contrastou com os shows mais agressivos do dia — e foi justamente aí que brilhou. A banda britânica trouxe seu doom/gothic metal com maestria, criando uma atmosfera melancólica que envolveu o público. Músicas como “Enchantment”, “One Second” e “Faith Divides Us – Death Unites Us” ecoaram com peso e sentimento.


A voz de Nick Holmes manteve-se firme, e os riffs densos de Greg Mackintosh hipnotizaram os fãs, proporcionando um dos momentos mais emocionantes do festival.


Destaques melancólicos e pesados:

  • Enchantment

  • One Second

  • Faith Divides Us – Death Unites Us

  • Say Just Words

  • No Hope in Sight


Dorsal Atlântica

Uma lenda do metal nacional, a Dorsal Atlântica mostrou que segue viva, crítica e afiada. Liderada por Carlos Lopes, a banda apresentou um show combativo, com letras politizadas e riffs afiados. O repertório trouxe clássicos como “Caçador da Noite”, além de faixas mais recentes como “Pandemia”, mantendo o equilíbrio entre nostalgia e atualidade. A apresentação teve forte apelo entre o público brasileiro, com muitos fãs gritando letras de protesto com o punho erguido. Um show com identidade própria e muito peso.


Mistura de clássicos e músicas recentes:

  • Caçador da Noite

  • Guerrilha

  • T.V. Sangue

  • Pandemia

  • Stalingrado


Black Pantera

Sem dúvida uma das bandas mais comentadas do festival, o Black Pantera levou sua mistura de hardcore, groove metal e ativismo ao palco principal e não decepcionou. Com um setlist contundente, que incluiu “Fogo nos Racistas”, “I Can’t Breathe” e “Padrão é o Caralho”, o trio incendiou a plateia. A comunicação direta com o público, aliada à energia explosiva no palco, fez do show um dos mais catárticos da tarde. Um momento de afirmação para a banda, que já não é mais promessa, mas realidade.


Setlist combativo e energético:

  • I Can’t Breathe

  • Fogo nos Racistas

  • Abre a Roda e Sente o Grave

  • Eu Não Vou Recuar

  • Padrão é o Caralho


Encerramos esta resenha com um agradecimento especial à produção do Bangers Open Air 2025, que proporcionou uma experiência impecável dentro e fora dos palcos. Agradecemos imensamente pelo credenciamento de imprensa, pela recepção calorosa e pelo acesso ao lounge, que nos permitiu cobrir o evento com conforto e excelência. A estrutura, o line-up de peso e a dedicação da equipe foram dignos de aplausos. Que venha 2026 — já estamos ansiosos para mais um capítulo dessa celebração épica do metal no Brasil! Nos vemos lá, com os punhos erguidos. 🤘





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